Os problemas de infra-estrurura e as ocupações irregulares ao redor da Lagoa do Náutico, dessa vez tiveram consequências de grandes proporções para a família de Bruno Reis dos Santos, de apenas 13 anos de idade. A criança caiu num canal há cerca de 100 metros de distância da lagoa. No momento chovia bastante e a força da água arrastou a criança que sumiu entre a correnteza, a enorme quantidade de plantas aquáticas e do lixo.
O acidente causado pelo descaso público aconteceu no dia 21/03, por volta das 09h00. O corpo de bombeiros trabalhou durante dois dias na tentativa de localizar o corpo do menino, que só foi encontrado no Domingo, dia 23/03.
No local onde houve o acidente existe uma comunidade que vive à beira do canal sem nenhuma segurança ou infra-estrutura. Quando chove, os barracos são imundados pela água contaminada do canal e da lagoa. Crianças brincam próximas ao canal, que não tem proteção para evitar acidentes. Passar de um lado para o outro do canal é um exercício de resistência. Não existe ponte e uma canaleta foi improvisada pelos moradores para a passagem dos pedestres. A sugeira acumulada é outro problema. Além do lixo e do esgoto, plantas aquáticas (conhecidas como baronesas) se acumulam no canal e dentro da lagoa. Os moradores denunciam que, se a prefeitura limpasse o canal com frequência, as chances de sobrevivência de Bruno seriam maiores, pois o garoto sumiu entre a vegetação, o que dificultou o resgate. As baronesas ainda contribuem para a proliferação de mosquitos, muitos deles podem transmitir a filariose, doença que causa o inchaço dos membros inferiores, podendo levar a amputação dos mesmos.
Infelizmente casos lamentáveis como esse continuarão acontecendo enquanto o poder público não tomar nenhuma atitude e a lagoa continuar sendo ignorada. Lá na lagoa existem pessoas em situação de extrema miséria, totalmente marginalizadas. A sociedade precisa se engajar para exigir melhores condições de vida nas proximidades da lagoa. É inadimissível assistirmos mortes banais como essas e aceitarmos como se fosse algo natural.
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