Por Herbert Fernandes
A chuva forte que caiu nos últimos dias em Jaboatão, deixou claro que o município não é a prova d'água. E não é por única e exclusiva culpa da natureza: em Jaboatão, os investimentos em obras de saneamento e infra-estrutura são insignificantes, quase nulos, o que agrava ainda mais os problemas ocasionados por uma chuva um pouco mais forte que o normal.
A chuva forte que caiu nos últimos dias em Jaboatão, deixou claro que o município não é a prova d'água. E não é por única e exclusiva culpa da natureza: em Jaboatão, os investimentos em obras de saneamento e infra-estrutura são insignificantes, quase nulos, o que agrava ainda mais os problemas ocasionados por uma chuva um pouco mais forte que o normal.
Apesar de ser o município com segunda maior arrecadação de impostos do Estado, Jaboatão dos Guararapes é a cidade da região metropolitana do Recife com mais de 300 mil habitantes com o pior índice de saneamento básico, sendo a 6ª pior no ranking nacional, de acordo com o Instituto Trata Brasil.
Atualmente, nossa cidade possui apenas 12% de coleta e tratamento de esgoto. Além disso, a maior parte das ruas de Jaboatão não são pavimentadas, expondo a população à doenças, causando problemas de locomoção e trazendo prejuízos inúmeros. O município possui ainda 2.700 pontos de risco em área de morro e a maior lagoa de formação de restinga em área urbana do Brasil, a Lagoa Olho D'água, está totalmente assoreada e degradada, o que contribui para o caos na zona sul durante o inverno, pois a água da chuva não tem para onde escoar, prejudicando mais de 200 mil pessoas.
De acordo com a defesa civil, de 13 a 21 de Junho deste ano, choveu 351 milímetros em Jaboatão. Um número recorde na história do município. Mas tão histórico quanto o volume de água que caiu em poucos dias no município é a ineficiência dos gestores que entram e saem e não solucionam o vergonhoso déficit estrutural de Jaboatão.
A forte chuva que caiu nos últimos dias no Estado de Pernambuco serviu como alerta ao poder público, que só age em busca de recursos de última hora, quando a tragédia já está consumada, deixando vítimas fatais, além de milhares de cidadãos que pagam os seus impostos em dia, desabrigados e na miséria.
O que todos esperamos a partir de agora é que Jaboatão comece a investir em obras de infra-estrutura com o intuito de prevenir essas tragédias, pois a tendência é de que as chuvas fiquem a cada ano mais violentas em virtude do aquecimento global. Nenhuma cidade é a prova d'água, mas aquelas que investem em prevenção e infra-estrutura (infelizmente esse não é o caso de Jaboatão), com certeza são menos atingidas pela força da natureza.
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