Imagem trasbordamento Lagoa Olho D'água em 2010
Seis meses após as fortes chuvas que devastaram várias cidades de Pernambuco, Jaboatão fez absolutamente nada para prevenir uma futura tragédia por aqui, apesar de ter prometido no momento do sufoco. Na zona sul de Jaboatão, nenhuma obra relevante foi executada para conter os graves alagamentos, que se repetem ano após ano.
Com as chuvas que cairam em Junho do ano passado, dezenas de comunidades ficaram ilhadas, deixando milhares de pessoas desabrigadas ou desalojadas. Nosso blog registrou várias cenas do descaso. O trânsito ficou caótico e muitos cidadãos tiveram dificuldade para se locomover, numa área conhecida por estar no eixo do desenvolvimento provocado pela Zona Industrial de Suape.
Na Av. Ayrton Senna, principal acesso aos bairros de Piedade e Candeias, os bueiros entupidos deixaram a via completamente intrasitável durante horas. Bairros como Cajueiro Seco, Catamarã, Dom Hélder, Jardim Piedade, Candeias, Loreto, Sotave e Lagoa das Garças, ficaram completamente alagados.
Alagamento em Cajueiro Seco - Prazeres. Imagem Blog Jaboatão Vive
Por estar assoreada e com pouca profundidade, a Lagoa Olho D'água (para onde a água deveria escoar) transbordou completamente, deixando a população ribeirinha apreensiva e toda zona sul de Jaboatão virou um caos.
CANAIS SUJOS, LAGOA ASSOREADA E FALTA DE INFRA-ESTRUTURA
Lagoa Olho D'água: com a maior lagoa de formação de restinga em área urbana do Brasil degradada e assoreada, água das chuvas não tem para onde ir
Os canais sujos, a Lagoa Olho D'água assoreada e a precária infra-estrutura da zona sul de Jaboatão são os responsáveis por todos os transtornos. No ano passado, a prefeitura até limpou os canais, mas a quantidade de água foi tão grande que sofreu refluxo ao tentar ser despejada na degradada Lagoa Olho D'água, que hoje possui apenas 80 centímetros de profundidade em virtude do assoreamento. Os alagamentos foram inevitáveis.
A falta de infra-estrutura também dificultou bastante o escoamento das águas. Hoje Jaboatão é considerada a cidade com o 6º pior saneamento básico do Brasil, ficando atrás, inclusive, de Olinda. A falta de infra-estrutura, de bueiros, canais e ruas pavimentadas faz com que cenas lamentáveis de alagamentos se repitam todos os anos.
Uma parte da população também não colabora. Em Jaboatão, existem milhares de casas construídas em locais irregulares, como em margens de canais, rios e da lagoa. Sem fiscalização, esses imóveis se multiplicam, num ciclo vicioso e que parece não ter fim.
Alguns moradores sem consciência jogam lixo em qualquer lugar, entupindo as precárias galerias existentes no município.
Este ano, estamos prestes a viver cenas tão parecidas como as do ano passado, basta ver o que já está acontecendo na região sudeste do país. Infelizmente o poder público não cumpre as promessas que fez no momento do sufoco. Atualmente, os canais da cidade estão imundos, as ruas continuam sem pavimentação e saneamento e boa parte da população continua sem educação. Tudo como no ano passado! Um mix bombástico que trará sérias conseqüências a toda população da zona sul de Jaboatão nos próximos dias.
2 comentários:
Vamos parar de colocar a culpa apenas no poder publico e procurar os culpados na sociedade tambem. Isso é castigo p/ muitos moradores que destruiiram o ecossistema da lagoa olho d' agua por exemplo, aterrando os terrenos alagados e construindo suas casas. E agora chegam reclamando que alaga tudo quando chove. Querem o que? que a prefeitura faça milagre?
Jardim Piedade, Dom Helder, Lagoa Olho d' Agua, Catamarã é todas essas áreas deviam ser um pantano e não conjuntos hab. Culpa de que constrói, burrice de quem compra e irresponsabilidade do poder público que faz vista grossa!
Concordo Ygor. Mas se houver planejamento e infra-estrutura nestas áreas, teremos menos problemas. Não são apenas as áreas mais pobres ou próximas da lagoa que prejudicam o ecossistema da região. Todo o bairro de Piedade e Candeias (assim como Recife), está dentro de áreas de mangue ou restinga. Algumas áreas na lagoa, inclusive, foram aprovadas pela prefeitura para habitação, ou seja, podem ser habitadas, portando que respeitando os limites da natureza. O problema é que, com não há fiscalização, muita gente invade, faz aterro irregular, suja todo e ai começam os problemas. Planejamento, obras e educação são as palavras chave para se resolver os problemas dessa região.
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