Imagem: ligação sistema Pirapama ao Paiva
A prova de que nem sempre o Estado trabalha em prol dos interesses da população comum pode ser bem exemplificado no luxuoso complexo do Paiva. O futuro bairro planejado do Grande Recife, que abrigará as pessoas com o maior poder aquisitivo do Estado, mal começou a se formar e já é muito bem servido por serviços básicos essenciais. Situação muito diferente dos moradores de regiões mais pobres, que vivem na clandestinidade há décadas quando o assunto é abastecimento d'água.
A Compesa, empresa pública e que deveria atender a todos sem distinção, rapidamente passou a cobrir toda região do Paiva. As más línguas chegam a dizer que o Sistema Pirapama (que promete acabar o racionamento na Região Metropolitana) foi rapidamente concluído na zona sul de Jaboatão não para servir a população em geral, mas para atender aos interesses dos ricos e poderosos do luxuoso complexo residencial.
Vizinhos ao Paiva, os mais de 50 mil moradores que vivem na parte leste da Lagoa Olho D'água, em Jaboatão, não tiveram a mesma sorte. Apesar de habitarem a lagoa há décadas, grande parte das residências não possui água encanada. Outras, apelaram a clandestinidade e fizeram ligações irregulares, "Nós moradores compramos os canos e fizemos as ligações. Como o cano principal é muito longe, gastamos muito, mesmo sem termos condições. Solicitamos a Compesa a regularização, mas nunca fomos atendidos. Enquanto isso, o Paiva, que tem menos de 1 ano de existência, já tem abastecimento" - reclama Maria José.
A politicagem da água
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A questão da falta de abastecimento d'água nas comunidades da Lagoa é um prato cheio aos politiqueiros de plantão. É muito comum políticos de Jaboatão se aproveitarem dessa deficiência para abocanharem votos dos mais pobres que precisam do líquido precioso.
Ao invés de trabalharem fiscalizando e denunciando a Compesa, que se omite na questão do abastecimento, alguns vereadores de Jaboatão fazem politicagem e financiam as ligações clandestinas. Os moradores ganham um sistema improvisado, ineficiente e que lesa o próprio Estado, já que os moradores não pagam a conta de água. Em troca os vereadores recebem votos e se perpetuam no poder. Politicagem barata que vem se multiplicando num círculo vicioso sem que ninguém interfira, nem mesmo o TRE, já que tal prática é caracterizada como crime eleitoral.
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