Por César Ramos
Antes de tudo, é preciso que se esclareça ao cidadão e eleitor jaboatonense que o projeto de construção do Binário com as Ruas Rio Branco e Av. Barão de Lucena, em Jaboatão Centro não é nenhuma inovação proposta por essa gestão, antes, é uma plano antigo que já se encontrava indicado no Plano Diretor da Cidade. Logo, não há nenhum mérito dessa “solução” que se possa atribuir a essa gestão.
Analisando o resultado final dessa obra a partir da perspectiva daquele que deveria ser o elemento central de qualquer projeto de mobilidade, o pedestre, verificamos que o Binário de Jaboatão Centro foi uma decepção para quem esperava ver, com as alterações viárias, o alargamento das calçadas. Ledo engano! As calçadas em Jaboatão Centro continuam como sempre foram: estreitas, mal conservadas e sem atender as normas técnicas de acessibilidade universal. Desafio, qualquer pessoa com mobilidade reduzida (cadeirantes, gestantes, idosos e etc..) a se deslocaram pelas principais ruas da cidade sem enfrentarem enormes dificuldades. O enlarguecimento das calçadas, a nosso ver, deveria ser o objetivo principal da construção do binário, sobre tudo, por se tratar de uma área comercial onde as calçadas desempenham uma função primordial, mas, pelo contrário, priorizaram o automóvel em detrimento dos pedestres.
Embora todo o projeto tenha sido orientado para beneficiar quem anda de carro, onde não coube espaço para ciclovias, calçadas nem para o pedestre, mesmo para quem adota o automóvel como modal o problema não foi resolvido em sua totalidade, pois, ainda hoje, todos os dias cerca de 1Km de congestionamento continua a se formar da UPA de Engenho Velho à estação do metrô. Como percebemos o binário não resolveu o problema da mobilidade no Centro Antigo da cidade.
Outra atrocidade cometida em nome da imposição do automóvel foi a expulsão dos feirantes do Beco da Colônia (R. Câmara Lima). Uma feira tradicional da cidade, que representava a subsistência de dezenas de pais de família, o atual governo, de forma arbitrária, realocou os feirantes para uma área marginalizada no “mercado” de Jaboatão, quando, o que deveria ser feito era exatamente o contrário: a pedestrealização da rua com o devido ordenamento do comercio e a restrição do automóvel a exemplo da Rua Imperatriz do Recife. Feito isso, teríamos dado um impulso ao comércio varejista local.
Por fim há uma pergunta que não quer calar: qual foi o custo total do binário Jaboatão Centro? Já que a prefeitura, em descumprimento à transparência, não fixou, em momento algum, placas publicando o valor do contrato nem a empresa, ou melhor, “as empresas” que venceram a licitação, uma vez que várias construtoras entraram, gastaram o dinheiro público e abandonaram a obra. Somado todos os aditivos, o desperdício de dinheiro público decorrente das constantes mudanças de empresas, qual o valor final da obra? Pelo visto, o Binário Jaboatão Centro não passou de mais uma obra demorada, onerosa e, sobre tudo, eleitoreira.
César Ramos
Pré-candidato à prefeitura de Jaboatão pelo PSOL
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