A diminuição das secretarias em Jaboatão de 21 para 11 não deve ser analisada apenas do ponto de vista administrativo, muito menos do econômico, já que a redução não representará economia para o município (a folha de pagamento continuará na faixa dos R$ 20 milhões mensais). Na verdade, essa "diminuição" é mais uma estratégia política do PSDB, que pretende tirar de campo alguns partidos e seus respectivos secretários.
Para se eleger em 2008, o prefeito Elias Gomes (PSDB) precisou fazer parcerias com vários partidos, a exemplo do PV. Para recompensá-los após a vitória, saiu criando várias secretarias, o que gerou muitas críticas, principalmente da oposição que não comeu nenhuma fatia do bolo.
Dois anos se passaram e as crises ideológicas começaram a se agravar. Não era mais vantagem para o governo manter alguns desses secretários (e partidos). Foi aí que a cúpula dos tucanos resolveu fazer uma reforma política com cara de administrativa, que dará super poderes aos 11 secretários que serão escolhidos a dedo em janeiro de 2011, possivelmente os aliados mais próximos de Elias.
Já tem muito secretário e partido político reclamando pelos cantos. Eles acham injusto perder seus cargos e, consequentemente, os benefícios de esses cargos trazem aos seus partidos. Mas eles ainda não se rebelaram e por enquanto o clima é de tranquilidade aparente. Porque reclamar se os novos nomes para as 11 secretarias ainda nem foram anunciados? No fundo, mesmo aqueles que não deveriam ter esperança, preferem acreditar que Elias não será tão injusto.
Enquanto o barco não afunda completamente, todos continuam se beneficiando e apoiando o prefeito. Nos resta esperar para ver o que acontecerá após o naufrágio de alguns. Será que finalmente esses partidos vão deixar de comer pelas beiras e vão fazer oposição? Será que o clima político amigável (exagerado, por sinal) vai permanecer? Será que a oposição vai reagir? Nos resta aguardar alguns dias para saber...